A Poliomielite uma doena em
erradicao pela vacinao dirigida pela OMS, causada
por um vrus, que causa paralisia por vezes mortal.
Vrus da Poliomielite
Vrus da Poliomielite ao Microscpio EletrnicoGrupo:
Grupo IV ((+)ssRNA)
Famlia: Picornaviridae
Gnero: Enterovirus
Espcie: Enterovirus poliovirus
O poliovrus um enterovrus, com genoma de RNA simples
(unicatenar) de sentido positivo (serve diretamente como
DNA para a sntese proteica). Existem trs sorotipos,
distintos imunologicamente, mas idnticos nas
manifestaes clnicas, excetos 85% dos casos de
poliomielite paraltica (o mais grave tipo) que so
causados pelo sorotipo 1.
Sequelas de Poliomielite Paraltica na
perna direita de criana |
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O vrus no tem envelope bilipdico, recoberto apenas
pelo capsdeo e extremamente resistente s condies
externas.
Epidemiologia
mais comum em crianas ("paralisia infantil"), mas
tambm ocorre em adultos, como a transmisso do
poliovrus "selvagem" pode se dar de pessoa a pessoa
atravs de contato fecal-oral, o que crtico em
situaes nas quais as condies sanitrias e de higiene
so inadequadas. Crianas de pouca idade, ainda sem
hbitos de higiene desenvolvidos, esto particularmente
sob risco. O poliovrus tambm pode ser disseminado por
contaminao fecal de gua e alimentos.
Todos os doentes, assintomticos ou sintomticos,
expulsam grande quantidade de vrus infecciosos nas
fezes, at cerca de trs semanas depois da infeco do
indivduo.
Os seres humanos so os nicos atingidos e os nicos
reservatrios, da a vacinao universal pode erradicar
essa doena completamente. a polomielite uma doena
grave
Progresso e sintomas
O perodo entre a infeco com o poliovrus e o incio
dos sintomas (incubao) varia de 3 a 35 dias. A
descrio seguinte refere-se poliomielite maior,
paraltica, mas esta corresponde a uma minoria dos
casos. Na maioria o sistema imunitrio destri o vrus
em alguma fase antes da paralisia (ver mais frente).
A infeco oral e h invaso e multiplicao do tecido
linftico da faringe (tonsilas ou amgdalas). Ele da
ingerido e sobrevive ao suco gstrico, invadindo os
entercitos do intestino a partir do lmen e a
multiplicando-se.As manifestaes iniciais so parecidas
com as de outras doenas virais. Podem ser semelhantes
s infeces respiratrias (febre e dor de garganta,
gripe) ou gastrointestinais (nuseas, vmitos, dor
abdominal). Em seguida dissemina-se pela corrente
sangnea e vai infectar por essa via os rgos. Os mais
atingidos so o sistema nervoso incluindo crebro, e o
corao e o fgado. A multiplicao nas clulas do
sistema nervoso (encefalite) pode ocasionar a destruio
de neurnios motores, o que resulta em paralisia flcida
dos msculos por eles inervados.
As manifestaes clnicas da infeco so variadas e
podem ser descritas em quatro grupos:
Doena assimptomtica: mais de 90% dos casos so
assimptomticos, com limitao efectiva pelo sistema
imunitrio da infeco faringe e intestino. No h
sintomas e a resoluo rpida sem quaisquer
complicaes.
Poliomielite abortiva ou Doena menor: ocorre em 5% dos
casos, com febre, dores de cabea, dores de garganta,
mal estar e vmitos, mas sem complicaes srias.
Poliomielite no-paraltica com meningite assptica:
ocorre em 1 ou 2% dos casos. alm dos sintomas iniciais
da doena menor, ocorre inflamao das meninges do
crebro com dores de cabea fortes e espasmos musculares
mas sem danos significativos neuronais.
Sequelas de Poliomielite Paraltica na perna direita de
crianaPoliomielite paraltica ou doena maior: de 0,1 a
2% dos casos. Aps os trs ou quatro dias depois dos
sintomas iniciais da doena menor desaparecerem (ou
cerca de 10 dias depois de se iniciarem), surge a
paralisia devido a danos nos neurnios da medula espinal
e crtex motor do crebro. A paralisia flcida (porque
os membros afectados so maleveis ao contrrio da
rigidez que ocorre noutras doenas) afecta um ou mais
membros, e msculos faciais. O nmero de msculos
afectados varia de doente para doente e tanto pode
afectar apenas um grupo discreto como produzir paralisia
de todos os msculos do corpo. Se afectar os msculos
associados ao sistema respiratrio ou o centro neuronal
medular que controla a respirao subconsciente
directamente, a morte provvel por asfixia. A
paralisia respiratria devida poliomielite bulbar,
que afecta esses nervos: a taxa de mortalidade da
variedade bulbar 75%. As regies corporais paralisadas
conservam a sensibilidade. Se o doente sobreviver alguns
podero recuperar alguma mobilidade nos msculos
afectados, mas frequentemente a paralisia
irreversvel. A mortalidade total de vtimas da
poliomielite paraltica de 15 a 30% para os adultos e
2 a 5% para crianas.
A sndrome ps-poliomielite atinge cerca de metade das
vtimas de poliomielite muitos anos depois da
recuperao (por vezes mais de 40 anos depois).
Caracteriza-se pela atrofia de msculos, presumivelmente
pela destruio no tempo da doena de muitos neurnios
que os inervavam. Com a perda de actividade muscular da
velhice a atrofia normal para a idade processa-se a
taxas muito mais aceleradas devido a esse facto.
Diagnstico e tratamento
O diagnstico por deteco do seu DNA com PCR ou
isolamento e observao com microscpio electrnico do
vrus de fluidos corporais.
"Pulmo de ferro" assistindo doente com paralisia totalA
poliomielite no tem tratamento especfico. No ado
preservava-se a vida dos doentes com poliomielite bulbar
e paralisia do diafragma e outros msculos respiratrios
com o auxlio de mquinas que criavam as presses
positivas e negativas necessrias respirao por eles
(respirao artificial ou pulmo de ferro). Antes dos
programas de vacinao, os hospitais peditricos de todo
o mundo estavam cheios de crianas perfeitamente lcidas
condenadas priso do seu "pulmo de ferro".
Vacinao com vacina Sabin a crianaA nica medida
eficaz a vacinao. H dois tipos de vacina: a Salk e
a Sabin. A Salk consiste nos trs serotipos do vrus
inactivos com formalina ("mortos"), e foi introduzida em
1955 por Jonas Salk. Tem a vantagem de ser estvel, mas
cara e tem de ser injectada trs vezes, sendo a
proteco menor. A Sabin, que comeou a ser testada em
humanos em 1957 e foi licenciada em 1962, consiste nos
trs sertipos vivos mas pouco virulentos. de
istrao oral, baixo preo e alta eficcia, mas em
1 caso em cada milho os vrus vivos tornam-se
virulentos e causam paralisia. Nos pases onde a
poliomielite ainda existe deve ser usada a Sabin porque
o risco baixo mais que contrabalanado pelo risco real
da verdadeira poliomielite. Nos pases onde ela j foi
erradicada, a vacina Salk mais que suficiente e os
riscos de paralisia menos aceitveis.
Histria
A poliomielite conhecida desde a pr-histria. Em
pinturas do antigo Egipto j aparecem figuras com
membros flcidos atrofiados tpicos da doena.
O Imperador romano Claudius foi paralisado na infncia
numa das pernas.
A primeira descrio mdica da doena foi feita por
Jakob Heine em 1840 enquanto Karl Oskar Medin foi o
primeiro a estud-la seriamente em 1890, o que levou
sua denominao alternativa, doena de Heine-Medin.
Em 1988, a OMS com o apoio de Rotary International, no
seguimento da erradicao do vrus da varola,
estabeleceu o objectivo de atravs de campanhas de
vacinao erradicar o poliovirus do planeta at ao ano
2000.
Mapa da incidncia da doena hoje: azul zonas livres,
vermelho zonas mais endmicasA Europa, a Austrlia,
Amrica do Norte e a Amrica do Sul j se encontram
livres. Na frica h focos activos na Nigria, onde
alguns ims fundamentalistas recentemente declararam que
a vacina uma conspirao americana para esterilizar e
infectar com SIDA/AIDS os homens nigerianos; enquanto na
sia, na ndia ainda ocorrem casos todos os anos, bem
como no Afeganisto e no Paquisto.
Recentemente, a Fundao Bill e Melinda Gates deu um
importante donativo que foi igualado por Rotary
International no sentido de completar a ltima fase de
erradicao da poliomielite.
O ltimo caso de transmisso selvagem em Portugal foi em
1986, e no Brasil em 1989.
Opine pela inteligncia (
"PLANTE UMA RVORE
NATIVA")
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